sexta-feira, 9 de setembro de 2011

O prazer das pequenas coisas

   Hoje não trago receita , trago mais um daqueles textos que me chegam ao email e que me deixam feliz.
Este já mo enviaram há uns anitos e achei que devia partilhar convosco.
   Vou dedica-lo á minha mãe , que abdicou da sua carreira para ficar em casa comigo e com a minha irmã , quando eramos pequenitas e que mais tarde o voltou a fazer pela minha filha ( e mais recentemente pelo meu filho e sobrinho de quem também toma conta em conjunto com a minha avó ), Dedico-o também a todas aquelas que por opção ou por circunstâncias da vida se viram a ter de ficar em casa com os filhotes e com todas as tarefas que isso acarreta. :)

  ***
   "Ana" foi renovar a sua carta de condução. Pediram-lhe para informar qual era a sua profissão.
Ela hesitou, sem saber bem como se classificar. "O que eu pergunto é se tem um trabalho", insistiu o funcionário." Claro que tenho um trabalho", exclamou Ana. "Sou mãe". "Nós não consideramos 'mãe' um
trabalho.Vou colocar "Dona de casa", disse o funcionário friamente.

   Não voltei a lembrar-me desta história até ao dia em que me encontrei em situação idêntica... A pessoa que me atendeu era obviamente uma funcionária de carreira : segura, eficiente, dona de um título sonante. "Qual é a sua ocupação?" Perguntou. Não sei o que me fez dizer isto; as palavras simplesmente saltaram-me da boca para fora: "Sou Doutorada em Desenvolvimento Infantil e em Relações Humanas." A funcionária fez uma pausa, a caneta de tinta permanente a apontar para o ar e olhou-me como quem diz que não ouviu bem...
   Eu repeti pausadamente, enfatizando as palavras mais significativas. Então reparei, maravilhada, como ela ia escrevendo, com tinta preta, no questionário oficial.
   Posso perguntar", disse-me ela com novo interesse, "o que faz exatamente?"
   Calmamente, sem qualquer traço de agitação na voz, ouvi-me responder: "Desenvolvo um programa a longo prazo (qualquer mãe faz isso), em laboratório e no campo (normalmente eu teria dito dentro e fora de
casa).
Sou responsável por uma equipa (a minha família) e já recebi quatro projectos (todas meninas). Trabalho em regime de dedicação exclusiva (alguma mulher discorda???), o grau de exigência é em nível de 14 horas por dia (para não dizer 24 horas). Houve um crescente tom de respeito na voz da funcionária que acabou de preencher o formulário, se levantou e pessoalmente foi abrir-me a porta.
Quando cheguei a casa, com o título da minha carreira erguido, fui recebida pela minha equipa:
- uma com 13 anos, outra com 7 e outra com 3. Do andar de cima, pude ouvir o meu mais recente projecto (um bebé de seis meses), a testar uma nova tonalidade de voz. Senti-me triunfante. Maternidade...
que carreira gloriosa!

Assim, as avós deviam ser chamadas "Doutora-Sénior em Desenvolvimento Infantil e em Relações Humanas".
As bisavós: "Doutora- Executiva- Sénior".
E as tias: "Doutora - Assistente".

Uma homenagem carinhosa a todas as mulheres, mães, esposas, amigas e companheiras.
Doutoras na Arte de fazer a vida melhor !!!


   Desejo-vos um bom resto de dia e um excelente fim de semana !

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Imagem retirada da Internet


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Beijinhos Doces ;)

4 comentários:

  1. Nao sou capaz de me imaginar a viver sem te ter como amiga és tao especial que vale mesmo apena conhecer-te obrigado por seres como és.
    Bjs
    Sandra Claro

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  2. Cris, esse texto já deve ter percorrido meio mundo, por isso acredito que um dia se faça LUZ!!..
    E tu...salpicando com doce esses momentos, iluminas mais ainda essa possibilidade. Adorei reler, faz bem ao ego, afinal a maioria das mulheres se revê nele, deixando por vezes tantos sonhos,objectivos e metas de lado.

    Beijinhos

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  3. :) é mesmo Libel... Também já não me lembro quando e nem quem me enviou, guardei porque acho que é bem verdade e por vezes da-nos aquela luzinha que nos falta, sabe bem sempre reler :)

    Sandra... :)

    Um beijo grande e bom fim de semana

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  4. Um texto delicioso Cris e que também já tinha lido algures mas guardei na memoria com carinho...Como mãe de 4 filhos e que abdicou também de tudo para estar com eles, cuidar deles e com isso me sentir realizada e feliz sou também, e ao mesmo tempo, uma previligiada e orgulho-me muito do meu trabalho e carreira de mãe, mulher, enfermeira, psicóloga, ouvinte e sobretudo com o dever de todos os dias amá-los, acarinhá-los e prepará-los para a vida...

    Beijinhos!

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